INCLUSÃO: O DESPERTAR DE UMA NOVA
SOCIEDADE
AGRADECIMENTOS
A
Deus, por me conceder o dom da vida, às minhas colegas: ______, grandes amigas que compartilham comigo as venturas e desventuras da
grande missão que é educar, a professora e orientadora, __________Pereira por me incentivar a embrenhar pelos caminhos da pesquisa
e a todo o corpo docente do Instituto “A Vez do Mestre”.
DEDICATÓRIA
Dedico
essa pesquisa aos meus pais: _______ e _________principais responsáveis
pelo meu sucesso, ao meu esposo José Cícero, grande incentivador.
RESUMO
Percebe-se que as
pessoas portadoras de necessidades especiais ainda estão excluídas da sociedade
buscando processos bilaterais para equacionar problemas, decidir sobre soluções
efetivas e equiparação de oportunidades para que se tornem membros da sociedade
e tenham oportunidades eqüitativas. Não basta apenas colocá-los em Escolas
Inclusivas, é necessário antes um preparo para quebrar barreiras, sejam
físicas, ou psicológicas, incluir, envolver inserir e não só adaptar ao meio
físicos, mas seguir parâmetros para que permita a acessibilidade explícita
despertando a sociedade para agir e integrar-se. Espera-se que esta pesquisa
possa ter influência para quem lê-la, e que possibilite ganhar experiência e
promover a discussão sobre a clientela assistida nas Escolas Inclusivas. Será
de grande relevância estudar, buscar, pesquisar essa causa tão envolvente. Contribuirá principalmente para os
professores que de alguma forma estão preocupados com a Inclusão na sociedade.
Seja através da bibliografia, seja através de temas abordados. Para isso é
necessário ser feito um embasamento teórico a partir dos respectivos autores:
Sassaki (1997) por acreditar que
sociedade deve garantir espaços a todas as pessoas e fortalecer as atitudes de
aceitação das diferenças individuais e de valorização da diversidade humana priorizando
sempre a importância do pertencer, da convivência, da cooperação. Todas as
pessoas poderão contribuir para que as condições de vida sejam comunitárias,
mais justas, saudáveis e satisfatórias. Mantoan (1997), Concordamos
que a pessoa portadora de deficiência é uma parte da sociedade, sim. Está vivendo em sua família, possui
possibilidade de educação e reabilitação, passa seu lazer com pessoas próximas.
É parte desta sociedade, vive dentro dela e interage com os outros elementos da
mesma,
Almeida (2004), entre outros. A pesquisa se justifica pelo fato de englobar uma
categoria de profissionais da educação que atuam nas instituições escolares e
participam com essas pessoas dos seus dramas e conflitos.
METODOLOGIA
A metodologia empregada
nesta pesquisa envolverá o método indutivo-científico, embasada por autores
consagrados. Assim, poderá ser utilizada como apoio a educadores que trabalham
com inclusão e que sempre estão buscando novas perspectivas.
A proposta deste trabalho é que educadores e toda a
sociedade possam refletir sobre o seu papel e, que a partir daí possam quebrar
as barreiras do preconceito em relação aos portadores de necessidades
especiais.
Para
a realização dessa monografia foram necessárias pesquisas nas escolas inclusivas
de São Miguel do Araguaia, com o intuito de constatar o processo da inclusão
nas escolas avaliando as propostas destas. A partir daí poderá ser analisado
não só contexto da sala de aula como o comportamento dos pais e integrantes da
escola.
INTRODUÇÃO
Esta
pesquisa cujo titulo, “Inclusão: O despertar de Uma Nova Sociedade”, tem como
objetivo evidenciar a inclusão como prioridade para portadores de necessidades
especiais, enfatizando o processo histórico da Inclusão, destacando a sua conceituação
e as tentativas governamentais e não-governamentais para incluírem as pessoas
portadoras de deficiências na sociedade.Por ser um tema envolvente, sobretudo
nessa primeira década em que os governos se posicionam a favor da inclusão
abrindo espaços para as pessoas portadoras de deficiências, vítimas, até pouco
tempo do preconceito das outras pessoas, percebe-se claramente a necessidade de
aprofundar e evidenciar a trajetória desse processo.
Para tanto, esse trabalho divide-se
em quatro capítulos, referências bibliográficas e anexos.
O primeiro capítulo, “Histórico da Educação
Inclusiva”, traça trajetória de inclusão desde os primórdios, abordando o
processo de inclusão social como proposta de atender às necessidades das
pessoas portadoras de deficiências, abrindo novas perspectivas de vida. Ao serem
excluídas do convívio social passam a freqüentar as chamadas “escolas especiais”.
O propósito é reavaliar todo o contexto
social.
O
segundo capítulo, “Escola: Ambiente de Inclusão”, perscruta o interior da
escola apresentando experiências bem sucedidas de inclusão, inclusive no Estado
de Goiás, em que estas passam a servir de modelo para outras. Este capítulo
assume um caráter intrínseco ao tratar de vivências do cotidiano, em que o
portador de necessidades especiais passa a ser valorizado como pessoa.
O
terceiro capítulo, “Escola Inclusiva, formação de professores e Relação entre
Psicopedagogia Institucional faz uma reflexão sobre a que a escola se propõe para
atender os portadores de necessidades especiais, evidenciando dessa forma à
capacitação de profissionais para a inclusão. Ao tratar da relação entre a
Psicopedagogia Institucional em relação ao tema proposto, a intenção é
interar-se como o psicopedgogo poderá atuar.
O
quarto capítulo, “ Estudo de caso nas Escolas Inclusivas em São Miguel do
Araguaia”, será feito o estudo de caso nas Escolas inclusivas de São Miguel do
Araguaia”, nas quais será feita uma análise da inclusão quanto à integração das
pessoas portadoras de necessidades especiais na rede regular de ensino e também
na sociedade em geral. Essas instituições foram desafiadas a criarem programas
ou serviços que disponham a atendê-las permitindo-lhes a sua sociabilização.
Para isso o estudo se baseou na visão de Piaget e Vygotisky
E
de acordo com o enforque dado, a pesquisa se delineará na fundamentação do tema
a partir de um estudo criterioso, em que as bases desse estudo se configurarão
numa vasta bibliografia.
CAPÍTULO
I
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
De acordo com uma
vasta literatura pode-se constatar a inoperância do sistema educacional em
relação à inclusão, tanto que surgiram as escolas especiais em decorrência da
grande demanda de criança e adolescentes com deficiência mental (DM) e de
experiências de deficiências de famílias ilustres que estudaram no exterior e
procuraram trazer para seus colegas brasileiros a mesma possibilidade de
aprender.
A primeira escola
especial que se conheceu foi o Instituo de Ensino para Cegos, aberto em 1854,
no Rio de Janeiro, por iniciativa de Álvares de Azevedo, cego que estudou em
Paris e retornou ao Brasil em 1851. A mesma história se repete com a educação
especial dos surdos em 1855.
As escolas especiais
têm um papel fundamental na formação destes indivíduos, de propiciar a convivência
das crianças e adolescentes e possibilitar que os mesmo se desenvolvam como
indivíduos.
Nas escolas especiais
só estudavam crianças portadoras de alguma deficiência. Com o passar do tempo a
sociedade percebeu que as crianças portadoras de deficiências eram capazes de
aprender como qualquer outra pessoa “dita normal”, pois todas as pessoas com
necessidades especiais tem o direito de
manifestarem seus desejos quanto à sua educação, na medida de suas
capacidades podendo estar certas
disso. Os pais têm o direito de serem
consultados sobre a forma de educação que melhor se ajuste as necessidades de
seus filhos.
Há alguns anos os
indivíduos portadores de necessidades especiais eram vistos como “doentes” e
incapazes e sempre estiveram em desvantagem. A posição deles era de alvos da
caridade popular e da assistência social e não de sujeitos de direitos sociais
entre os quais se inclui o direito à educação.
Durante muito tempo,
os problemas das pessoas com necessidades especiais foram se agravando devido a
uma sociedade mutiladora que se fixava mais em suas incapacidades do que em
seus potenciais.
A educação inclusiva
representa um passo concreto e considerável em nossos sistemas escolares, para
assegurar que todos os estudantes comecem a aprender que o pertencer é um
direito, não um status privilegiado que pode ser conquistado.
A necessidade da
inclusão é resultado de estudos ou projetos das Secretarias de Educação e da
realidade educacional que aponta na direção de um sistema de educação centrado
na diversidade humana.
Constitui-se numa
proposta de reformulação e implementação da Educação Especial e orientação,
destinada a adotar políticas de Educação Inclusiva para pessoas com
necessidades especiais na escola, na família e na sociedade.
Alguns anos atrás os
alunos com necessidades especiais eram preparados para adaptar-se ao sistema.
Eles tinham de estar aptos, serem capazes de integrarem-se, com isso uns
acompanhavam o mesmo nível dos “normais” e outros não. Daí a necessidade de se
criar serviços de apoio garantindo a permanência desse aluno na escola regular.
Discutida no contexto
educacional, implica na possibilidade de que estes alunos não somente
freqüentem uma escola, mas também aprendam e acompanhem o currículo regular
através de um método pedagógico utilizado para a população escolar considerada
“normal”.
Para atender os
alunos com necessidades especiais é imprescindível, a reestruturação dos
sistemas de ensino no que se refere à administração do processo
ensino-aprendizagem, o que implica também em repensar a rede física, o
mobiliário, os recursos humanos e materiais didáticos, para que se possa
expandir com qualidade, a educação inclusiva em todo o país.
A primeira escola a
receber e valorizar alunos com necessidades especiais foi uma Escola de Morrinhos,
em Goiás, a partir daí foram surgindo novas escolas como ponto de referência de
inclusão.
Em 1999, as
Subsecretarias de Educação de Goiás se tornaram responsáveis por apoiar à
inclusão. O núcleo vem encarregando algumas escolas de atuar como referência de
inclusão desativando, aos poucos, suas salas especiais.
Tornar realidade a educação
inclusiva, por sua vez, não se efetuará por decreto sem que se avaliem as reais
condições que possibilitem a inclusão planejada gradativa e contínua de alunos
com necessidades educacionais especiais nos sistemas de ensino. O processo deve
ser gradativo devido a necessidade de uma
educação especial como o ensino regular, possam se adequar a nova realidade
educacional construindo políticas e práticas institucionais e pedagógicas que
garantam o incremento da qualidade do ensino, envolvendo alunos com ou sem necessidades
educacionais especiais. A inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais em classes comuns exige da escola regular uma
organização a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagem, a todos os
alunos, especialmente aos portadores de necessidades especiais.
A inclusão de pessoas com algum tipo de necessidade especial no sistema
regular de ensino do nível fundamental à universidade, continua a ser uma luta
no Brasil, mesmo com a Constituição de 1988 garantindo a todos,
irrestritamente, o acesso à educação. O mais comum ainda é a matricula nas
chamadas escolas especiais ou nas classes especiais, salas específicas para
portadores de necessidades especiais dentro das escolas regulares.
O maior problema é que a legislação e as
portarias do MEC não são tão claras ao tratarem da inclusão dessa população no
sistema de ensino, favorecendo com isso interpretações dúbias.
Sabe-se
que crianças portadoras de necessidades
podem ir muito além dos estreitos limites que a sociedade e alguns laudos
médicos estabeleceram para elas. A evolução de alunos com deficiência mental,
quando colocados em convívio com os outros alunos, é radicalmente diferente do
que ocorre em Escolas Especiais, pois eles acabam adquirindo habilidades que
estimulam seu desenvolvimento cognitivo e mental, aumentando sua auto-estima e,
conseqüentemente, melhorando seu aprendizado.
Concordamos que a pessoa portadora de deficiência é
uma parte da sociedade, sim. Está
vivendo em sua família, possui possibilidade de educação e reabilitação,
passa seu lazer com pessoas próximas. É parte desta sociedade, vive dentro dela e
interage com os outros elementos da mesma. Dependendo de seu grau de deficiência,
porém, está vivendo em subsistemas mais ou menos fechados: hospital, escola
especial, centro de reabilitação, oficina protegida... ou mesmo na rua pedindo
esmola, em condições precárias de vida, com poucos contatos, isolado,
sobrevivendo... Sem dúvida, a pessoa portadora de deficiência está sendo
marginalizada ou segregada, pois lhe é impossibilitado desfrutar dos benefícios
previstos para a maioria da população, mas usufrui um sistema, especialmente
criado para suprir suas necessidades: o sistema de educação especial. (MANTOAN,
1997:45)
Esse
novo paradigma de ensino vem propiciando, mesmo que ainda de maneira tímida uma
saudável convivência, chamada de educação inclusiva substitui urna antiga
prática que buscava a inserção escolar do portador de necessidade especial,
através da integração.
A diferença entre os dois modelos é enorme, como
explica o assistente social e consultor em inclusão Romeu Kazurni Sassaki, que
há mais de 40 anos trabalha com a inserção social de portadores de necessidades
especiais. É a escola que tem de suprir as necessidades dos alunos portadores
de necessidades especiais para lhe garantir a permanência em sala de aula.
A idéia fundamental da Educação Inclusiva é adaptar o
sistema escolar às diferentes necessidades de cada aluno, uma vez que a mesma
visa colaborar na reestruturação do sistema educacional, capacitando os
educadores para melhor atender aos alunos portadores de necessidades especiais.
A inclusão é uma nova forma
educacional, a qual os professores devem se adaptar, aprimorando seus
conhecimentos para o tratamento das diversidades. Sendo assim, um estudo básico
sobre as deficiências. Pois o papel das escolas inclusivas é desenvolver uma
pedagogia centrada na criança, educar sem discriminar, respeitando as diferenças.
Algumas
universidades já estão adotando em seus currículos do curso de pedagogia
disciplinas relacionadas com as deficiências, pois as mesmas acreditam não
poder atender o que não sabem. Para que a inclusão do aluno portador de
necessidade especial seja eficaz, é preciso uma ampla e continua campanha de
esclarecimento da sociedade em geral, das autoridades educacionais e dos alunos
das escolas comuns e especiais e de seus familiares. Serão imprescindíveis os
treinamentos dos atuais e futuros professores comuns e especiais. Esses
treinamentos deverão enfocar os conceitos inclusivistas.
Vários autores sugerem urna dimensão funcional nos
objetivos da aprendizagem, para levar em conta as peculiaridades cognitivas dos
alunos podadores de necessidades especiais, sem configurar uma modalidade
especial para essas pessoas.
A educação escolar inclusiva questiona as questões, referentes à
competência desses alunos, para enfrentar as exigências acadêmicas,
especialmente nos sistemas de ensino em que o paradigma do ensino é dividido em
dois: regular e especial. É que essa subdivisão, muitas vezes dificulta a
capacitação dos professores, em ministrar urna educação de qualidade,
comprometida com o desenvolvimento pleno das possibilidades de cada aprendiz.
Porque esses alunos têm o direito de viver desafios para desenvolver suas
capacidades e de conquistar autonomia social e intelectual, decidindo e tomando
iniciativas, em função de suas necessidades e motivações.
A inclusão escolar é incondicional
e, portanto, não admite qualquer forma de segregação. Esta opção de inserção
tem como meta principal não deixar nenhum aluno fora do ensino regular, desde o
início da escolarização, questionar o papel do meio social no processo
interativo de produção das incapacidades, porque o deficiente tem o direito de
se desenvolver corno as demais pessoas, em ambientes que não discriminam, mas
valorizam as diferenças.
Segundo (Almeida, 2004; p.15), o
paradigma da inclusão só emergiu a partir dos quatro eixos: da emergência da
Psicanálise, da luta pelos direitos Humanos; da Pedagogia Institucional e, do
Movimento de Desinsistitucionalização Manicomial ou Antipsiquiatria. Esses
desencadeadores históricos é que iniciou e delineou um problema público: a
questão de inclusão social, que toma forma e exige novas formas educacionais e
sociais.
Em São Paulo a Instituição AVAPE,
proporciona atendimento clinico aos
portadores de necessidades especiais e proporcionam a inclusão adolescentes, preparando-os para o mercado de
trabalho. As oficinas de trabalhos
manuais são mantidas em parcerias com fornecedores, como é caso da fabricação
de sabonetes e bijuterias. O mais curioso, é que o médico idealizador, Dr.
Brunini, sofreu paralisia infantil quando criança, e hoje é maratonista, corre
com muletas. O trabalho de assistência é feito por pedagogos, psicólogos e
tantos outros profissionais.
1.1. Posição do Brasil em relação
outros países da América Latina
Em o informativo MEC, 2002, o
Brasil é apontado como destaque na América Latina, conforme os dados da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),
sendo o país da América Latina, que mais insere alunos com necessidades
especiais em escolas regulares, seguido do México e Chile. Atualmente, 34,4%
dos 566,753 estudantes com necessidades especiais do país freqüentam a rede
regular de ensino. A educação inclusiva ajuda no desenvolvimento físico e
intelectual dos alunos especiais, estimula valores como respeito e
companheirismo e os professores tem melhor desenvolvimento profissional ao
lidar com as diferenças na sala de aula.
O programa criado pelo MEC, Direito
à Diversidade tem como meta promover a educação inclusiva, priorizando a
formação de professores para que todos os alunos possam ser atendidos de acordo
com suas necessidades. Os docentes atuam como multiplicadores em suas regiões.
Até o término de 2005, 23 mil novos professores teriam se formado.
Pela primeira vez o MEC está
distribuindo livros em braile para que todos os alunos cegos do ensino
fundamental, matriculados na rede pública e privada sem fins lucrativos. A
iniciativa beneficiaria 5.200 alunos. Em 2004, o MEC iniciou a distribuição de
livros paradidáticos para estudantes cegos do ensino fundamental. Foram
beneficiados 3.717 alunos, de 2.128 escolas.
Para
ampliar a produção desses livros, foram investidos 2,5 milhões na modernização
do parque gráfico do Instituto Benjamin Constant, a instituição é vinculada ao
MEC e especializada no tratamento da pessoa cega.
CAPÍTULO II
ESCOLA: AMBIENTE DE INCLIUSÃO
A
reportagem da Revista TV Escola “Ambiente de Inclusão, 2001 p. 26, 28 a 32, apresenta
Goiás como um dos estados que mais leva
a sério a inclusão. Relatos de experiências comprovam o compromisso das escolas
inclusivas ao valorizar os alunos com
necessidades especiais.
Quem
circula pelas salas de aula da escola Alfredo Nasser vê claramente o
compromisso de todos com a inclusão, incluir para as professoras da Escola
Alfredo Nasser é respeitar as diferenças e dificuldades e apoiar capacidades de
qualquer aluno.
Entre
inúmeras experiências citadas aqui, percebe-se o apoio da Subsecretaria da
Educação para a região de Morrinhos que funciona a equipe de apoio à inclusão,
formada pela psicóloga Maiza Barros Pinheiro, assistente social Glória Maria
Pequeno de Azevedo, a fonoaudióloga Ronise Gomes Canedo e a pedagoga Jackeline
Fernandes de Moura. Entre outros recursos, este grupo utiliza vídeos da TV
Escola que ajudam a sensibilizar professores quanto às deficiências. Programas
do Salto para o futuro como os da serie PCN ao projeto educativo da escola
foram utilizados nesse processo.
A
Escola Alfredo Nasser tornou-se um modelo de inclusão porque resolveu encarar
os próprios medos e preconceitos.
A
escola utiliza inúmeros recursos tecnológicos, é uma das escolas pioneiras por
ter seu próprio laboratório de informática e cursos do então Núcleo de
Tecnologia Educacional – NTE. De uma hora para outra seus professores estavam
comprometidos com o Proinfo, a TV Escola, e a capacitação para atendimento de
alunos com necessidades especiais. Uma nova figura surgiu, o dinamizador.
Além
das boas intenções o compromisso assumido desde 1999 das subsecretarias de
Goiás instaladas em 32 municípios sede de regiões, são responsáveis por apoiar
nas escolas o trabalho de núcleo de apoio à inclusão. O núcleo vem encarregando
algumas escolas de atuar como referência para a região de Morrinhos, por causa
da proximidade com a Escola de Reabilitação Alice Ferreira, instituição
municipal que atende e encaminha pessoas portadoras de necessidades especiais
para serviços públicos. Com um número maior de alunos com necessidades
especiais do que outras escolas, a escola estadual já vinha procurando
trabalhar de forma inclusiva. Foi tornar-se a escola como referencia em 2000
com a formação de uma equipe de apoio à inclusão.
Faz
parte do trabalho um olhar atento para os problemas. Parece simples trabalhar
com a inclusão, mas não é fácil admitir preconceitos. E eles atrapalham, mesmo
quando se esconde atrás de boas intenções.
Já
o artigo da Revista Nova Escola, “A Escola que é de todas as crianças”, 2005 escrito
por Meire Cavalcante, revela que o número de estudantes com algum tipo de
necessidade especial crescem a cada ano na rede regular de ensino. Em 1998
havia apenas 43,9 mil alunos matriculados na redes pública e privada de ensino.
Em 2003, eram 144,1 mil, em 2004 chegaram a 180,7 mil – um crescimento anual
recorde de 28,1% . Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não deixam dúvidas de que o movimento da
inclusão no Brasil é irreversível.
O
crescimento não acontece por acaso. A Constituição Brasileira de 1998 garante o
acesso ao Ensino Fundamental regular a todas as crianças e adolescentes sem
exceção, ganhando reforços com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
de 1996, Convenção de Guatemala, de 2001, que proíbe qualquer tipo de
diferenciação, exclusão ou restrição baseadas na deficiência das pessoas,
configurando-se que mantê-las fora do ensino regular é considerado exclusão – é
crime; assim como o direito da pessoa
deficiente na educação comum está implícita na Declaração Mundial da Educação para Todos, aprovada pela
ONU em 1990 e que por sua vez inspirou o nosso Plano Decenal de Educação e
Desporto, (1993).
A UNESCO registrou,
na Declaração de Salamanca (1994a) o conceito de inclusão no campo da educação
comum. Esse mesmo documento menciona os conceitos de “inclusão”, “educação
inclusiva”, “abordagem de educação inclusiva” “classes inclusivas” “escolas inclusivas”,
“princípios de inclusão” “escolaridade inclusiva” “políticas equacionais”
“provisão inclusivas” às necessidades educacionais “especiais “inclusão na educação
e no emprego”, e também de sociedade inclusiva (p. 6,11,13, 17, 19. 21, 22, 27,
31, 33, 41, 45, 46 ) .
Na seqüência, a
Assembléia Geral da ONU aprovou o documento Normas sobre Equiparação de
Oportunidades para Pessoas com Deficiência (1996) que diz:
-
As autoridades da educação comum são
responsáveis pela educação de pessoas com deficiência em ambientes inclusivos.
Elas devem garantir que a educação de pessoas com deficiência seja uma parte
integrante do planejamento educacional do desenvolvimento de currículo e da
organização escolar.
-
A educação em escolas comuns pressupõe a
provisão de intérprete e outros serviços de apoio adequados. Serviços adequados
de acessibilidade e de apoio, projetados para atender as necessidades de
pessoas com diferentes deficiências,
devem ser prestados ( p.28).
O debate constante, a divulgação
de experiências bem-sucedidas e a conscientização crescente sobre o que dizem
as leis têm se refletido positivamente nas estatísticas educacionais. O número
de matriculas dessas crianças em escolas especiais caiu: passou de 87,7%, em
1998, para 65,6% em 2004. Apesar do avanço, a maioria continua sem ter seus
direitos garantidos. “Nem os pais dessas
crianças podem mantê-las em casa ou apenas em escola especial”, afirma
Eugenia Augusta Fávero, procuradora da Republica, “Entendida a lei, a discussão deve ser sobre a qualidade da educação
para todos, e não só para crianças com deficiência. A inclusão faz parte de um grande
movimento pela melhoria do ensino”, afirma Cláudia Dutra Pereira,
secretária da Educação Especial do Ministério da Educação. O primeiro passo
para que isso aconteça é olhar a educação de outro jeito.
Os especialistas em inclusão
afirmam que a escola, organizada como está produz a exclusão. Os conteúdos
curriculares são tantos que tornam os alunos, professores e pais reféns de um
programa que pouco abre espaço para o talento das crianças. Assim, que não
acompanha o conteúdo está fadado a exclusão e ao fracasso. “Isso ocorre não só com crianças com deficiência. A escola trabalha com
um padrão de aluno e que não se encaixa nele fica de fora”, afirma a
educadora Maria Tereza Egler Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e
Pesquisas em Ensino e Diversidade da Universidade Estadual de Campinas.
A inclusão não atende apenas
as crianças com deficiência, mas também as excluídas ou discriminadas. Quantas
vezes, o professor de qualquer localidade deste país tem se deparado com uma
determinada situação em que ao se organizar trabalhos em grupo, a menina gordinha
ou o garoto negro, foram isolados de seus colegas? E na aula de Educação Física
quantos foram ignorados por não serem jogadores exímios? A discriminação não
ocorre apenas entre estudantes. Muitas vezes as avaliações servem mais para ver
quem se encaixa nos padrões de aluno ideal do que para medir o progresso de
cada um, dentro de suas possibilidades. “Esse
padrão só gera sofrimento, pois a criança tenta atender as expectativas de uma
escola que não valoriza seu potencial” afirma, a educadora Rosangela
Machado, coordenadora de Educação Especial do município de Florianópolis.
Os alunos superdotados também
são muitas vezes negligenciados, pois geralmente vão bem nas avaliações e não
dão trabalho com o conteúdo. E na Escola que não valoriza a diversidade, o
conteúdo é determinante. Municípios conscientes já oferecem atendimento
educacional especializado para essas crianças nas mais diversas áreas, no
contraturno.
A Educação Especial atualmente
é entendida como a modalidade de ensino que tem como objetivo quebrar as
barreiras que impedem a criança de exercer a sua cidadania. O atendimento
educacional especializado é apenas um complemento da escolarização, e não um
substituto. Essa com concepção vem sendo aplicada com sucesso na rede de
Florianópolis. Em 2001, o município começou a adaptar escolas, capacitar
professores comprar equipamentos para atender a todas as crianças. A rede criou
as chamadas salas multimeios, instaladas em escolas pólo que servem outras
escolas e creches das redondezas. Lá são atendidas crianças cegas, com baixa
visão, surdas, com dificuldades motoras e surdas e cegas. Os professores dessas
salas são capacitados para ensinar libras; (língua brasileira de sinais);
braile (língua portuguesa para surdos chamada também de L2) e o uso de
instrumentos como o soroban (ábaco japonês). Os alunos com dificuldade de
comunicação aprendem formas alternativas de expressão por meio de recursos
muitas vezes simples – como uma chapa de metal com letras imantadas – ou mais
elaboradas – como computadores adaptados ou uma lupa que projeta na TV o texto
ampliado.
Taila de Oliveira Aguiar, de
13 anos, utiliza esse atendimento. Ela está na 4ª série da Escola Básica Luiz
Candido da Luz e assiste às aulas como toas as outras crianças. Hoje ela quase
não enxerga e, apesar de já ser alfabetizada, precisa reaprender a ler e
escrever em braile. Para ler, ela treina a sensibilização das pontas dos dedos
e para escrever, aprende a usar o reglete. Essas técnicas são dadas nas salas multimeios pela especialista Geisa
Letícia Kempler Bôck, que trabalha em parceria com a professora regente de
Taila, Nádia Oliveira de Souza Vieira. “Antes
das aulas, passo para a Geisa os materiais que usarei. Ela transcreve tudo no
braile e elabora materiais que ajudam a compreensão do conteúdo pelo toque”,
afirma Nádia. O trabalho na sala
multimeios dá a alunos como Taila instrumentos para participar da vida na sala
de aula e fora da escola”, explica Geisa. “Quando eu enxergava era bem mais fácil. Mas gosto da escola porque a
professora Geisa me ensina o braile e aprendo lições com a Nádia. Meus amigos
também me ajudam muito, conta a garota.
Nessa reportagem, os leitores
podem achar que a organização escolar só funciona com crianças com deficiência física,
sensorial e mental leve, entretanto é possível incluir outras que apresentam comprometimento
severo. Um exemplo é Nayara Albuquerque Gomes da Silva de 12 anos, aluna da 5ª
série da Escola Viva. Desde que chegou a escola, em 1998, a família mantém uma
acompanhante para ajudar em sua higiene e alimentação. No início foi difícil. Ela
tirava roupa, tinha medo de estranhos e era agressiva. Com o tempo e a dedicação
dos professores, ela começou a desenvolver meios alternativos para reconhecer
as pessoas – a voz, o perfume, ou algum acessório, como uma pulseira. É
impressionante o carinho que Nayara tem pelos seus professores e seus colegas.
Ela fala pouco, mas expressão que sente pelo abraço. O que ela mais gosta e de
cantar, afirma a professora Simone Fernandes Saraiva, que deu aulas para Nayara
do pré a 4ª série.
Muitas vezes, há casos
aparentemente graves, mas que têm uma verdadeira reviravolta com a inclusão.
Foi o que aconteceu com João Gabriel de 14 anos, aluno da 7ª série da mesma escola de Nayara, freqüentador desde
2002. Ele tem síndrome de Down, e até 10 anos permaneceu em uma instituição
especializada. Ao entrar em contato com outras crianças teve dificuldade de se
socializar, não entrava na sala, era agressivo e xingava. “A criança aprende
por imitação. O referencial dele era de crianças com deficiências mais graves,
que não andavam ou falavam” explica a diretora Rosana. Aos poucos ele foi
compreendendo como a escola funcionava. Hoje seu melhor amigo se chama Renato,
colega de turma. Com ele aprendeu a curtir rap e dança como ninguém!
Quando se fala em benefício
que inclusão traz, o primeiro pensamento que surge é o de que as pessoas com
deficiências têm mais chances de desenvolver como ocorreu com João. Mas todos
ganham ao exercitar a tolerância e respeito. Professores que vivem diariamente
a experiência, afirmam quem aprende mais somos nos. Só quem tem contato com
essas crianças percebe que lidar com elas não é difícil. É um privilégio,
afirma Simone.
As crianças também percebem o
quanto é necessário observar e respeitar a necessidade dos amigos. “A Taila não consegue ver e o único jeito de
ela prestar a atenção na aula é ouvindo. Por isso a gente faz silêncio”
conta Jéssica silva de 10 anos. Esse senso de responsabilidade pelo bem-estar
do outro e um exercício constante nas escolas inclusivas, por isso é comum, na
hora do recreio, a rampa que dá acesso ao pátio
estar cheia de crianças, em vez de usar as escadas, elas fazem questão
de acompanhar os amigos com deficiência.
Para integrar as turmas, a
professora Geisa, responsável pelas sala multimeios, ensina o coral da escola em libras. Detalhe: todos os
alunos do coral são ouvintes. ”Ensinamos
libras às crianças para que o aluno surdo possa se comunicar com elas e
participar da rotina da escola com os demais. Eles adoram aprender uma segunda
língua”. Explica Geisa.
Muitos pais já ouviram, essa
frase, “desculpe, mas não estamos
preparados para receber seu filho com deficiência na escola regular”.
Realmente muitas escolas privadas não podem manter os custos de atendimento
educacional especializado e as públicas não recebem recursos e capacitação. Mas
recusar a matricula e crime. Em seu livro, Direitos das Pessoas com deficiência
(Editora WVA) Eugênia Fávero lista medidas a serem tomadas pela escola:
eliminar as barreiras arquitetônicas, estabelecer práticas pedagógicas que
valorizem a diversidade e que não avaliem para excluir ou categorizar as crianças
e fazer parcerias.
Na Escola Viva, particular não
existe atendimento educacional especializado, mas todas as crianças com
deficiência freqüentam instituições especializadas que trabalham em parceria
com a escola. Desta forma, a coordenação e os professores aprenderam que seria
importante para Nayara saber sobre a organização e os horários da turma. Desde
então, todo professor que entra na sala entrega a ela um objeto relacionado à matéria,
como uma régua ou uma caneta. A conversa entre especialistas das instituições e
a escola e constante. “O fisioterapeuta, o psicólogo ou o médico colaboram com
seus conhecimentos, mas quem cuida do conteúdo pedagógico e o professor afirma
Rosana Ramos. Na rede municipal de Florianópolis, o atendimento educacional
especializado não é feito na sala multimeios, e sim, por parcerias com a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e a Vida em Movimento,
instituições especializadas que recebem apoio financeiro da prefeitura.
Quando a estrutura não oferece
o básico, os parentes são fundamentais, pois as crianças não podem esperar a
escola se preparar. Por isso, na rede pública, feitas as adaptações físicas
adequadas, e estabelecidas as parcerias, o passo seguinte é cobrar da rede
pública verba e apoio pedagógico. Há pelo menos 13 anos que se lida com a
inclusão. Até quando vamos alegar que não estamos preparados? Diz Rosângela
Machado, de Florianópolis. Muitas pessoas já pararam de fazer essa pergunta e
passaram a ação. Entender a inclusão não significa apenas cumprir a lei.
Significa levar a escola crianças que vivem isoladas de um mundo que tema a
ganhar com sua presença. E mais fazer com que muitos alunos – que sempre
estiveram nas salas regulares - vivam na diversidade. Um dos papeis da escola é
praticar a responsabilidade pelo outro e estimular as crianças a fazer o mesmo.
Entre tantos relatos torna-se
oportuna a reportagem da Revista Aprende Brasil, 2004, refere-se à diversidade
no interior de São Paulo. Partindo da iniciativa de um garoto de classe média,
o destino de muitas crianças carentes de uma pequena cidade do interior
paulista foi modificada, em função da sua necessidade por reforço pedagógico,
esse fato, levou a criação de um centro de educação para atendimento de surdos,
apontada hoje como referencia no trabalho de apoio e inserção. Inspirado em um
projeto universo acadêmico, o Centro Municipal de Ensino Especial para surdos,
Edna Cristiane Chiozini, em Matão, município com pouco mais de 100 mil
habitantes a 20 quilômetros de Araraquara, é produto do trabalho e empenho de
um grupo de educadores que investe tempo e inteligência no desenvolvimento e
aprimoramento do ensino de crianças e jovens com necessidades especiais. Na prática
funciona como um elo entre ensino curricular e uma formação integral do aluno
portador de necessidades especiais. “visamos
a formação integral de alunos emocional, moral, artística , social e
profissional e intelectual atendendo-o de modo individual e com métodos
adequados, explica a diretora do Centro, professora Adriana.
O que existe é uma completa
integração entre crianças, jovens e alguns adultos que convivem lado,
ajudando-se mutuamente na tarefa de superar um pouco mais a cada dia que passa,
a espinha dorsal do projeto pedagógico e o ensino da Matemática e da língua
Portuguesa, por proporcionarem o domínio do raciocínio lógico e da comunicação,
pontos-chave para um melhor aproveitamento na aprendizagem curricular. Mas o
leque do aprendizado passa pelas aulas de Fonoaudiologia e de Educação Física.
Desde 2002, os alunos contam também com o ensino de informática artesanato e
marcenaria. “Eles aprendem com as
próprias professoras que foram se especializar para poder ensinar as noções
básicas em cada uma das áreas, reforça a diretora, explicando que as
oficinas foram montadas a partir de uma campanha de arrecadação realizada também
pelo grupo docente.
O trabalho não para por aí. Os
alunos são preparados para trabalhar no comércio da cidade, muitos puderam
casar e constituir família.
Verifica-se neste capítulo,
que a inclusão depende de ação conjunta do sistema educacional e da
predisposição dos profissionais que atuam no ambiente escolar. Incluir não significa apenas abrir espaços
para que as crianças portadoras de necessidades freqüentem a escola ou conviva
com outras crianças. A responsabilidade com elas é muito, pois o propósito não
é apenas criar condições para que elas aprendam, e sim fazer com elas exerçam
seu papel como cidadãos e que possam ser felizes, independente do grau de
deficiência.
CAPÍTULO III
ESCOLA INCLUSIVA, A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E
RELAÇÃO ENTRE A PSIOCPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Nota-se que a educação inclusiva se
ajusta ao contexto real da escola em que responde aos desafios que se
apresentam, o espaço da escola em si, deve ser vista como espaço de todos e
para todos.
Este modelo implicará na busca de
alternativas que garantam o acesso e a permanência de todas as crianças e
adolescentes. O que se deseja na realidade, é a construção de uma sociedade
inclusiva compromissada com as minorias
cujo grupo inclui os portadores de necessidades educativas especiais.
Segundo a Organização das Nações
Unidades (ONU), o Brasil possui cerca de quinze milhões de deficientes, cuja
grande maioria provavelmente está aguardando a oportunidade de participar da
vida de uma sociedade, como é seu direito. Para tal, necessita de uma nova
escola que saiba refletir criticamente e pesquisar; deverá ser corajosa para
criar e questionar o que está estabelecido, em busca de metas inovadoras, e em
respeito as necessidades de inclusão.
Como diz (Mantoan 1997, p.67) “[...].
Cabe a escola encontrar respostas educativas para as necessidades de seus
alunos”.
Buscar respostas para atender a
diversidade, torna o processo pedagógico enriquecedor, proporcionando uma
melhor qualidade de educação para todos. Só assim a escola inclusiva atuará,
compreendendo o aluno portador de necessidades educativas especiais, passando a
compreendê-lo respeitando-o na sua diferença, reconhecendo-o como pessoa que
tem determinado tipo de limitação, mas que também possui seus prontos fortes.
Por isso, é necessário que se abandonem os rótulos, as classificações,
procurando levar em conta as possibilidades e necessidades impostas pela
deficiência. É preciso que se ative em favor de um movimento de desagregação,
no sentido de trazer a escola regular aqueles que, até então, nunca tiveram
acesso a ela. Para tanto, precisa valer-se das diferentes modalidades de
atendimento de Educação Especial expressas na política nacional (MEC, SEESP 1994).
Estas modalidades deverão ser no interior das escolas regulares. Elas se
caracterizam como alternativas de procedimentos didáticos específicos e
adequados às necessidades educacionais desses alunos e implicam espaços
físicos, recursos humanos e materiais diferenciados.
As modalidades de Educação Especial
de maior integração são: classe comum, classe especial, professor itinerante e
sala de recursos. Essas têm como
objetivo atender a diversidade dos alunos que compõem o grupo de necessidades
educativas especiais. Desta forma, poderão oferecer igualdade de oportunidades
em meio às diferenças visando o exercício da cidadania de todo e qualquer
indivíduo democratizando a educação. E de acordo com esse propósito segue em
anexos as estratégias para serem utilizadas por professores.
O planejamento da ação educativa
deve ser participativo, envolver os educadores da educação especial e da
educação regular. O professor especializado deve participar de todas as ações,
opinando, bem como de todo planejamento em suas fases de elaboração, execução e
avaliação. O professor deve assumir, integrar a equipe escolar, socializando o
seu saber com os demais.
Discutir a escola como espaço
inclusivo, implica analisar criteriosamente a questão do fracasso escolar, o
qual vem acontecendo a partir de diversos pontos de vista: aspectos sociais,
econômicos culturais biológicos, psicológicos. No entanto, o fracasso
propriamente tido ocorre entre alunos das classes sociais mais baixas. Estes
encontram inúmeras barreiras no cotidiano escolar.
Não resta dúvida de que existe uma
relação entre prática educativa e dimensão política, e que toda prática
política possui uma dimensão educativa. O capitalismo que, na sua essência,
exige, exclusão, quando aplicado em sociedades periféricas, faz da exclusão uma
regra.
A escola existe em função do aluno,
o qual se ingressa em busca de conhecimentos, de habilidades, para aprender a
se relacionar na sociedade. Se isso não ocorre, a escola não está cumprindo sua
função. O sucesso dos alunos não depende da capacidade de se adaptarem aos
códigos existentes dentro dela. Essa é a caracterização da cultura do fracasso.
Essas crianças com carência social e cultural são vistas como incapazes de
aprender e avançar dentro de uma escola acabada e perfeita que se julgue imune
a qualquer avaliação.
A escola como espaço inclusivo deve
encarar o desafio, preparando-se para lidar com determinadas situações, pois a
forma mais cruel e irremediável de exclusão escolar, é sem dúvida a da exclusão
social, é a não garantia de acesso e permanência de todos na escola, pois nega
o direito elementar de cidadania.
Urge pensar numa renovação
pedagógica, que considere as diferenças. Não resta dúvida de que a qualidade da
educação tem importância prioritária para o crescimento econômico, social e
político de um país.
Cabe aos governantes formular
políticas que assegurem a inclusão dos excluídos e estabelecer metas e
procedimentos eficientes de inclusão e de ampliação da cidadania.
3.1. A questão curricular
Inserir os alunos com
necessidades especiais na rede regular do ensino constitui o primeiro passo
para a inclusão, porém o passo mais significativo deve ser seguido de medidas
pedagógicas que garantam o aceso à aprendizagem e ao conhecimento. É preciso
agilizar os meios que efetivem a possibilidade e a permanência do aluno na
escola, favorecendo-lhe seu acesso ao currículo.
A prática da inclusão
da realidade brasileira denota certas dificuldades: despreparo do sistema
regular de ensino para atuar no processo; resistência da comodidade escolar na
aceitação dos alunos (conforme Carvalho & Monte, 1994); e fatores diversos
de natureza familiar, institucional e sociocultural.
As necessidades
especiais devem ser atendidas por meio do currículo regular, de maneira
adaptada ou não.
A vivência escolar
tem demonstrado que a inclusão pode ser favorecida quando se observam as
seguintes providências: preparação e dedicação dos professores; apoio
especializado para os que necessitam; e a realização de adaptações curriculares
e de acesso ao currículo, se possível.
O currículo pode
representar um grande obstáculo para os alunos com necessidades educacionais
especiais na escola regular, sobretudo, quando ele impõe uma referência
homogênea a ser alcançada por todos os educando, independentemente das
condições particulares que possam apresentar.
Considerando esses
obstáculos um entrave para educação, é que os Parâmetros Curriculares Nacionais
(1997) constituem referências válidas para guiar a educação dos alunos com
necessidades especiais, assim como os demais alunos. Seus pressupostos,
objetivos e indicações consideram questões pedagógicas do fazer educativo de
forma a atender à diversidade dos alunos na escola e as particularidades de sua
cultura.
Assim a escola
deverá:
1- Preparar
o aluno para o sucesso profissional e vida independente.
-
Promover profissionalização (trabalhador capacitado,
produtivo etc.)
-
Provendo o programa de desenvolvimento da
vida profissional e vida independente (trabalhador responsável pessoa com
habilidades sociais e cidadãos independente) Adaptação e uso de técnicas de
supervisão empresarial:
-
Dar feedback imediato pelo bom desempenho do
aluno
-
Modelar comportamento, mostrando
comportamento específico a ser aprendido.
-
Modificar tarefas designadas, dependendo da
facilidade/ dificuldade do aluno.
-
Fazer o aluno “espelhar” num funcionário da
escola (quanto aos hábitos de trabalho)
-
Descrever expressamente as responsabilidades
da tarefa (objetivo, prazo, apresentação de relatório etc).
-
Usar lista de verificação de todo o processo
de execução da tarefa tipo (Sim, Não)
-
Elaborar instruções detalhadas
-
Apontar um comportamento social inadequado e
oferecer sugestões para melhorá-lo
-
Pedir ao aluno que aponte as instruções que
não entende.
2- Preparar
a própria escola para incluir nela o aluno portador de deficiência.
-
Sensibilização e treinamento dos recursos
humanos da escola (todos os funcionários de todos os níveis)
-
Reorganização dos recursos materiais e
físicos da escolar
-
Preparar a comunidade para incluir nela o
futuro trabalhador.
-
Sensibilização das empresas, entidades e órgãos
da comunidade através de palestras, exposições visitas e outros eventos.
-
Sensibilização de pais de alunos (deficientes
e não deficientes) para um papel mais ativo em prol de uma escola inclusiva e
de uma sociedade inclusiva.
A preparação ocorre
em sala de aula nos setores operacionais da escola e da comunidade, aliada a
uma ação conjunta de direção, corpo docente da escola, das autoridades
educacionais, dos profissionais da educação especial e/ ou de reabilitação, dos
líderes de movimento dos portadores de deficiência e representantes da
comunidade.
3.2. Formação de professores
para inclusão
Uma das condições de
funcionamento da escola é o professor, apesar de ter consciência desse fato, a
instituição escolar terá de buscar novos posicionamentos diante dos processos
de ensino e de aprendizagem, orientados por concepções e práticas pedagógicas
que atendam a diversidade humana.
Exige-se nesse
momento, dos professores, outros conhecimentos além dos que receberam nos seus
cursos de formação para o magistério. Da mesma forma, também os cursos de nível
médio e superior de formação de professores necessitarão de grandes mudanças em
sua estrutura curricular.
A reforma da formação
de professores se faz necessária, pois precisam aprender a identificar e
atender às necessidades especiais de aprendizagem de todas as crianças, jovens
e adultos portadores ou não de deficiência.
Não somente na
educação infantil é fundamental, o objetivo principal é satisfazer as
necessidades especificas de aprendizagem de cada criança e aprender a
desenvolver o seu potencial, a partir de sua realidade particular. Isso exige
dos professores, maior sensibilidade e pensamento crítico a respeito de sua
prática pedagógica, que tem como prioridade a autonomia intelectual, moral e
social de seus alunos.
Parte do movimento de
inclusão, o professor capaz de conviver com os diferentes, superando os
preconceitos em relação às minorias. Deve estar preparado para adaptar-se as
novas situações que podem surgir no interior da sala de aula.
Os cursos de formação
de professores devem ter como finalidade, a criação de uma consciência crítica
sobre a realidade que eles vão trabalhar e o oferecimento de uma fundamentação
teórica que lhes possibilite uma ação pedagógica eficaz.
É dever do Estado investir com seriedade na
formação inicial e continuada dos profissionais de educação e de forma
específica, na formação do magistério para todos os níveis e modalidades
educacionais. Esta formação, em todas as instâncias, precisa concordar com a
política educacional brasileira urgente
que prevê a inclusão/ integração dos alunos com necessidades especiais no
ensino regular e também, com a oferta de serviços de Educação Especial para
atender as necessidades educativas especiais.
3.3. O Papel do professor
diante da inclusão
A atitude do
professor é um dos fatores que mais contribui para o sucesso de qualquer medida
de integração da criança com deficiência.
Atingir esse objetivo
da integração depende exclusivamente do papel do professor, determinação de
variáveis como a sua vontade, em levar a cabo as tarefas de ensino destes
alunos e a sua formação ou preparação pedagógica para o fazer.
Sendo um fator
preponderante a atitude do professor, é que experiências como a de Débora Araújo Seabra de Moura de 25
anos, portadora da síndrome de Down, em o Informativo do MEC, 2005, ela pode
vencer os preconceitos, a rejeição da família, graças ao desenvolvimento da sua
auto-estima. Estudando em escola regular desde os dois anos, nunca se escondeu,
fez amigos e descobriu a vontade lecionar, graças ao incentivo de sua
professora colocando-a como sua auxiliar da pré-escola, no colégio Imaculada
Conceição, onde concluiu o ensino fundamental. A sensibilidade de Débora
cativou as crianças. A partir daí tomou uma decisão, seria professora.
As dificuldades se
somaram, porém Débora motivou-se a escrever ima carta a direção da escola,
exigindo respeito. Discriminação é crime. Com o tempo, ela provou sua
capacidade de trabalhar com crianças em estágio como no Núcleo Educacional
Infantil, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), conquistou a
admiração de todos.
O curso de magistério foi concluído no
final de 2004, em Natal. Agora Débora luta pelo direito de exercer sua
profissão como professora auxiliar e, assim escutar as palavras que mais gosta:
professora Débora.
3.4.
A Relação entre Psicopedagogia
Institucional e Inclusão
Esta relação entre
Psicopedagogia Institucional deve levar em conta o surgimento da Psicopedagogia
como necessidade de se sistematizar
idéias provenientes de outras áreas, no sentido de estruturá-la como um corpo
de conhecimentos. Vê-se que
a sua contribuição está na busca
de soluções para a problemática da aprendizagem.
E constatar que é a aprendizagem a responsável pela inserção da pessoa no mundo
da cultura, e que a Pscopedagogia Institucional pode atuar no contexto da
inclusão, por considerar que é através
da aprendizagem que o portador de necessidades especiais pode
ser incorporado ao mundo cultural, com uma participação ativa ao se apropriar
do conhecimento e técnicas, construindo
em sua interioridade um universo de representações simbólicas.
CAPÍTULIO
IV
ESTUDO DE CASO: INCLUSÃO NAS ESCOLAS DE SÃO
MIGUEL DO ARAGUAIA
Ao contextualizar a
contribuição epistemológica de Piaget e Vygostky para a educação, pode-se
perceber que as suas teorias emergem como pressupostos indispensáveis ao trabalho psicopedagógico.
Levando em conta
as duas funções características de Piaget todos os organismos vivos: organização e
adaptação. O desenvolvimento intelectual consiste em mudanças progressivas e
seqüenciais na estrutura da organização. Os sistemas ou estruturas cognitivas
mudam através da adaptação. Por sua vez a adaptação e composta de dois
processos invariantes; quando a criança aplica estruturas cognitivas existentes à nova
informação ao mesmo tempo, a nova informação e assimilada é incorporada às estruturas
cognitivas existentes podem ocorrer também com pessoas portadoras de necessidades
especiais
Esses processos suscitam
mudanças nas estruturas cognitivas, habilitando o individuo a interar melhor
com o seu ambiente em mudança, na medida
em que sublinham todas as adaptações estruturais e matem um estado de
equilibração. Sempre que ocorre um estado de desequilíbrio, o crescimento
intelectual terá lugar se a criança for capaz de reconhecer a contradição ou
discrepância entre o que suas estruturas cognitivas podem admitir e o que a
nova situação exige. Mediação (vygotsky) assimilação (Piaget) são conceitos que
se completam, pois nós assimilamos o
mundo e as coisas pela mediação de imagens mentais, memória de estruturas operatórias de classificação,
seriação, casualidade etc. e
principalmente da palavra.
Para Vygotski, a criança já
nasce num mundo social e, desde o nascimento vai formando uma visão desse mundo
através da interação com adultos ou crianças mais experientes a construção do
real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela
criança. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do
desenvolvimento.
Piaget acredita que a
aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e em pouco impacto sobe ele. Com
isso, ele minimiza o papel da interação social. Vigotsky ao contrário, postula
que o desenvolvimento e aprendizagem não são processos que se influenciam
reciprocamente, de modo que quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento..
Segundo Piaget, o pensamento
aparece antes da linguagem, que uma das suas formas de expressão. A formação do
pensamento depende da coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem e a criança portadora de
necessidades especiais também é percebida para que possa se desenvolver e que essa criança
alcance um determinado nível de
habilidades mentais, subordinando-se pois, aos processos de pensamento. A
linguagem possibilita a criança evocar um objeto ou acontecimento ausente na
comunicação de conceitos.
Piaget, todavia, estabelece
uma clara separação entre informações que podem ser passadas por meio da
linguagem e os processos que não parecem sofrer qualquer influência dela. Este
é o caso das operações cognitivas que não podem ser trabalhadas por meio de
treinamento especifico feito com auxilio da linguagem..
Já para Vygosky, pensamento e
linguagem são processos interdependentes, desde o inicio da vida, a aquisição
da linguagem pela criança modifica suas funções mentais mais superiores ela dá
forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso
da memória e o planejamento da ação, tanto assim que a escola se torna responsável
em dar seqüência.
Nesse sentido, a linguagem,
diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a sua experiência direta
das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento
cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento.
Portanto, todas essas teorias
são relevantes para o trabalho pedagógico, na medida em que a escola possa
aperfeiçoar seus processos sensoriais, perceptivos e imaginativos. Isso pode
ser alcançado por meio de experiências que estimulem a exploração, a
experimentação e a criação.
Atentando para essas teorias é
que foi feita uma análise, aqui em São Miguel do Araguaia, a Escola Estadual
Castelo Branco, surge como referência para as cidades circunvizinhas por causa
do número de alunos portadores de necessidades especiais que já foram
inseridos. Antes da implantação do projeto, a escola já trabalhava de forma
inclusiva. Esta escola tornou-se ponto de referência com apoio da equipe de Inclusão
da Subsecretaria de São Miguel do Araguaia.
Em 2001, outras foram
incluídas como escolas inclusivas, também as Escolas São Francisco de Assis, Escola
Evangélica Araguaia, na qual trabalho com inclusão, realizando o trabalho de
intérprete de Libras. Os professores têm como suportes, regentes de apoio
capacitados para trabalhar nas escolas inclusivas.
Em 2003, a Escola
Municipal Maria Astéria, passou a ter sede própria e com isso foi ampliada para
receber os alunos portadores de necessidades especiais.
Brevemente a
UEG terá sua sede própria, com sua estrutura adaptada para atender os
portadores de necessidades especiais.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Neste estudo procurou-se mostrar que a inclusão se
principia com a construção de experiências de inserção social. Em várias partes
do mundo, sobretudo no Brasil, modificações pequenas e grandes vêm sendo feitas
em setores como escolas, empresas, áreas de lazer, edifícios e espaços urbanos,
para possibilitar a participação plena de pessoas deficientes, com igualdade de
oportunidades junto a população geral. Formalmente a ONU – Organização das
Nações Unidades estabelece, por meio da resolução 45/91 da Assembléia Geral de
1990, a meta de concluir até 2010 o processo de Construção de uma sociedade
igualitária. E, para apoiar ações de implementação dessa meta conta ainda com o
fundo voluntário das Nações Unidas sobre deficiência, aprovado pela Assembléia
Geral por meio da Resolução 40/31.
Em termos educacionais, muitas mudanças estão ocorrendo.
O paradigma deve ser visto como a inserção escolar o de pessoas com deficiência
não devem ser separadas e sim serem incluídas na pré-escola, ensino
fundamental, médio e superior. Esse
paradigma se refere à inclusão social – escolas (tanto comuns como as
especiais) precisam ser reestruturadas para acolherem todo o espectro da
diversidade humana representada por pessoas com deficiências físicas mentais,
sensoriais, múltiplas e com qualquer
grau de severidade dessas deficiências. O sistema educacional deverá adaptar-se
às necessidades de seus alunos (escola inclusivas), mais do que os alunos
deverão se identificar ao sistema educacional (escolas integradas).
O papel da sociedade em geral é modificar concepção de
integração em que as escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos
e etc., possam acolher todas as pessoas que ao serem incluídas nessa sociedade
em modificação, venha ser atendida nas suas necessidades, comuns e especiais.
É necessário que vários tipos de ações sejam
implementadas. Uma delas seria uma campanha de esclarecimento do público em
geral, das autoridades educacionais e dos alunos das escolas comuns e especiais
e de seus familiares. Outra ação seria o treinamento de atuais e futuros
professores enfocando os conceitos exclusivistas (autonomia, independência
emporwerment, equiparação de oportunidade, inclusão social modelo social da
deficiência, rejeição zero e vida independente). A Declaração de
Salamanca, enfoca o direito à educação
no ensino regular, os princípios da inclusão escolar, os procedimentos em sala
de aula e as atividades extracurriculares que constituem as melhores políticas
de ensino–aprendizagem já comprovadas por escolas inclusivas bem sucedidas.
Referindo-se ainda aos treinamentos, deverá ser garantido
aos professores o seu acesso a todo material, inclusive, audiovisual sobre
educação inclusiva. Deverá ocorrer também uma série de modificações nos
ambientes escolares e nos materiais de ensino–aprendizagem, além de mudanças
nos critérios escolares e nos matérias de ensino aprendizagem, como também de
mudanças nos critérios de avaliação, do rendimento escolar e de promoção nas
séries.
É evidente que ocorrem resistências no sentido de
conseguir uma efetiva inclusão, sobretudo no âmbito escolar, por terem como
origem o desconhecimento ou de informações a respeito do paradigma da inclusão.
Em relação a inclusão escolar, as resistências se encontram entre as
autoridades educacionais de todos os níveis, entre professores comuns e
especiais, e entre famílias, e ambos com
e sem deficiência.
Com relação à inclusão profissional, as resistências emitem
de dois lados: das relações de trabalho, as agências de educação profissional,
empregadores em geral, as pessoas deficientes e suas famílias e entre
dirigentes e profissionais especializados na área de deficiência.
Os preconceitos em relação à inclusão podem ser
eliminados através de ações de sensibilização da sociedade e, em segundo
mediante a convivência na diversidade humana dentro das escolas inclusivas, das
empresas inclusivas, dos paradigmas de lazer inclusivo.
Nesses
primeiros anos deste século, muita coisa já mudou. A novela América de Gloria
Perez significou um grande passo nesse
sentido. A novela Malhação coloca a personagem Vitória como uma pessoa
capacitada e, ainda por cima com a possibilidade de ser amada como qualquer
outra pessoa. É lógico que nem tudo parece ser tão simples. A personagem vive
momentos conflitantes. A novela de Manoel Carlos também ao enfocar
esse universo, nos coloca frente-a-frente com o preconceito das pessoas
em relação as pessoas com síndrome de
Down, basta ver a reação da personagem ao rejeitar a neta, a ponto de
abandoná-la no hospital. Outra cena chocante aconteceu recentemente no dia 05
de setembro, quando a personagem Helena, numa reunião de pais, aguarda ansiosa
pelas tarefas da então filha adotiva. A
reação da mãe é enorme ao saber que a filha fora excluída das atividades ppr
causa da discriminação da professora. A reação da mãe nos comove, pelo fato
dela ser conscientizada, pois na maioria das vezes, por ignorância ou pela
desinformação os pais de pessoas portadoras de necessidades especiais não saber
sequer lutar pelos seus direitos. Ao
focalizar da síndrome de Down, isso não significa que será o tema central da
novela, entretanto, servirá para que os telespectadores saiam de sua inércia e
passem a ver os portadores de
necessidades especiais como seres humanos.
O
tema abordado nessa monografia está relacionado ao curso de Psicopedagogia
Institucional, por abranger todo o processo de aprendizagem e a instituição
escolar. Cabe ao psicopedaogo estar atento a questão da inclusão por ele ser um profissional capacitado para
dar o suporte necessário para a inclusão realmente acontecer. O ensino precisa ser reformulado, para que
não haja discriminação ou rejeição do portador de necessidades especiais.
Ao
delimitar o campo de atuação do trabalho psicopedagógico, o profissional deverá
diferenciar as modalidades de atuação, especificando as suas tarefas. Dessa
forma, o trabalho psicopedagógico na área preventiva e de orientação no processo
ensino-aprendizagem, visará favorecer a apropriação de conhecimento no ser
humano, ao longo da sua evolução.
INCLUSÃO: O DESPERTAR DE UMA NOVA SOCIEDADEINCLUSÃO: O DESPERTAR DE UMA NOVA SOCIEDADE
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